quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Síncope, sinícope, sínica...

Quase queda dos passos, cansou-se de estar e passou a olhar os telhados, os gritos dos enforcados nos cantos dos quarteirões, não lamentou a alma vagando em si mesma, presa ao papelão torácico!

Os sapatinhos no alto engravatavam-se agradecidos, horas mortas à porta da frente da catedral. De luto, uma velha olhava com velas nos olhos a centopéiassaudade do dia dos seus mortos!

Amar? Amem. Amém!
A velha sorriu com uma palavra presa entre os dentes!
Ladainha branca dos ângelustelhados depenados entre as vigas!


Eduardo Martins

2 comentários:

  1. Como sempre, de uma estética verbal invejavél, apenas um tanto sombrio. Te amo meu poeta, concordo que deveria postar mais.
    E aproveito para parabenizar nosso padrinho, adorei as palavras também! Ambos possuem um talento digno de imortalidade! Sucesso!!!

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  2. Olá Eduardo! Esta semana estou divulgando uma “nova” postagem. Trata-se de um conto; que na verdade vem a ser uma reedição de meu blog. Sua postagem original ocorreu em 13.02.09; sendo esta a minha terceira postagem no blog. Naquela ocasião este texto não recebeu nenhum comentário. O texto é “O Sr. e o Dr.”. Espero que você, tendo um tempinho, o aprecie.
    Um grande abraço, minha gratidão e desejo que tenha uma ótima semana!

    Jefhcardoso

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