sábado, 10 de outubro de 2009

Polifemo D.C.

I

Tão breve a brisa
tão longe o leste
tão forte a morte
tão muda a fonte
tão alto o monte
tão só, gigante,
tal nunca antes.

Teu olho cego
teu leigo medo
tua voz incerta
tua dor no peito
teu medo incauto
teu nome, aceito,
teus grandes feitos.

Teu sonho, um clone,
tão clap-clap
veloz galope
sem ter claquete
ou envelope
você, ciclope,
grande ciclone.


II

Em sua ilha à noite, derrotado,
qual sua verdade, una e tão sem calma,
se esconde, ridicularizado,
o ciclope, a quem ninguém bate palmas,
que já não basta, memória salva,
lembrares só, de um tempo tão errado
e remoto
pois se o mundo jaz morto
não voltas ao passado
nem será tão ingrato
se então ficares louco
e desmemoriado
no terremoto
dos outros corpos
catequizados
humanizados
pro teu engano
- teu desespero -
que, tão profano,
se revelou estéril de segredos
e trindades sagradas
sem heróis gregos
na
so
li
dão
não
ha
ve


III

(nada)




Brayan Carvalho

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