quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Cortes

Metade de mim em mim mesmo ainda nega ser metade a outra parte inteira que a primeira vê sobra derradeira da etílica paródia que é metade ser todo sem ser ela toda a vulgar idéia moderna de que algo assim é todo anti-idiossincrático, caótico presságio lógico das lógicas comuns!

Alguns, muito completos, viram objetos descansando em mesas de dia a dia, sem idéias vadias do que é ser realmente, vida demente e receptiva a tudo que não encoste, que não machuque, que não morda e não arraste a pele desnuda para outro embate com o espelho, com o frio derradeiro que de por vir vem sempre antes, em passo médio, remédio distante de toda a discrepância de adultério sorrindo e despindo passado desenhando futuro!

Metade de mim, que é sobra revoltosa, amarra-se em grossa corda umbilical e inegável com a esquerda deplorável e ditadora, percursora de outras lógicas de virar lágrima em apêndice inflamado da não aridez dos seres humanos sem verdades sólidas de ternos bem cortados desfilando naufrágios em gôndolas italianas, em palavras soberanas do vácuo vaticano de toda cristandade de legítimas verdades ilegítimas, presas e datilografadas em gaiola elaborada pela necessidade das crianças sem deus visitando seus medos em repleto desasssossego de serem menos que deus!

Metade ainda, mata-se deploravelmente, por razão ou por vontade de ser gente acima de ser metade e eu, em pobre e burra puberdade de ser, olho este não ser atônito das grandes guerras de dois soldados iguais, de tal forma idênticos, que comem o mesmo pão purulento que o soldo paga soldado em adaga presa na pele de inteiro: Metade é fim derradeiro de outra metade neste golpe fim de siamesessempre, estes gêmeos indecentes da burra gênese humana! Melhor quebrar-se até esquartejar toda metade e impedir a guerra de gente pouca vingativa por ser inteiriça dentro de costela de gente, para sentir o gosto na saliva de ser mais do que metade: uma cria de compassos comparecendo em si mesma sem ser a burrice que esgueira em coletivo!

Metade de mim é ser vencido: eu, em perigo, mato a outra metade!

Eduardo Martins

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