terça-feira, 18 de agosto de 2009

Ponteiros

Durante escadarias rolando nuas em pedras de ruas das luas de ontem, quando sou quando inexato de tempo presente rolando ausente das escadarias, das noites e dos dias debruçados em si mesmos fazendo observações à esmo no mesmo sempre mesmo que não tem quando, sou quando apenas é quando sempre uma marcha rente ao quase tempo do relógio andando em marcha de tempo, debruçado nas escadarias rolando nuas sobre as pedras-ruas dos rostos esculpidos nas luas de tempo detento em quando de memória contada, calculada, sangrando aguada depois de rolar as escadas dos relógios de engrenagens pendentes nas novas pastagens do tempo, repetidas e revividas em memórias alagando as vidas dos pastos de emplastos da memória a passo lento de tornar-se memória presente.

Presente, apêndice inexistente inflamando o tempo, ocorrido e recorrente, escorrento gelado e rente pela memória aguada, empurrando -lhe da escada em assassinato indescente, em passo decente de estrela cadente caindo em frente aos pés do tempo. O tempo rente ao choro, de ouro indiferente, conduzindo descrente os passos dos tempos de ouro lembrados em socorro de um presente inflamado, de um apêndice delgado de restos de choro do tempo lamentando a queda em solavanco dos passos da memória partida em esquife vencida, enterrada em ferida escorrendo as horas das pernas do agora, gárgula parada que chora, o choro do tempo.

Se pudesse chorava memória nova, planejava chocar as ovas de bagres perdidos nas profundezas das memórias chorando o tempo suicida correndo em queda livre sobre si mesmo como um eremita fugindo de ser (o) apenas (de) si próprio, perdendo(-se) comum e impróprio no próprio laço que lhe prende o braço ao braço do tempo pendente nos ponteiros do relógio, escravo do correto lógico das engrenagens aguadas das memórias douradas pelo ouro largado sobre o próprio tempo: memórias soterradas de lágrimas duras.

Eduardo Martins

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