domingo, 12 de julho de 2009

Caixa (Ser)nica

Será que ainda me vejo naquela penumbra vazia dos cantos dos holofotes vermelhos do sangue dos homens mortos nos corpos dos atores andando descalços de provas de serem eles apenas gente que guarda o sangue de gente viva sempre no sangue repetido da gente dos palcos?

Não sei, ando muito calcificado em ossos meus apenas, sem juras, sem ser duvidoso em não ser impossível. É mais íngreme pisar o solo de si, pular o vão (tão nós) das costelas sem o sabor sórdido dos ossos dos outros, arquitetônicos e iguais, de cantos segredados, segregados dos olhos de fora.

Sei-me demais para me negar e para fugir de mim, já que sempre me encontro no mesmo lugar euparadoemim.

Ainda ando em passos vazios nos passos dos meus espaços com outros passos que não são meus com um laço vil de mim comigo, apertado, rompendo e possível de ser apenas um traste no chão dos palcos vazios onde vejo morrer homens de sangue sempre fora das veias do sangue dos outros homens que saem dos palcos para serem o mesmo impensado mesmo de sempre.

Choro na platéia minha impossibilidade de matar-me um pouco!


Eduardo Martins

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