quinta-feira, 16 de julho de 2009

Lirismo de fim de dia-a-dia

Decidi lançar-me aos leões do mundo que lambiam-me as mãos dedicados, para ser apenas deles o alimento lançado pelos imperadores queimados nas lágrimas de suas viúvas de olhos rasos, rasurados de dias passados em dias mais claros dos outros tempos oxidados em seus olhos já cegos pelos olhos de seus imperadores.

Ser eu apenas nas bocas roucas dos leões queimados pelas lágrimas de uma noite com um resto de lirismo enfático e calado, poético, trepado em saltos altos, em um camarote no alto de mim, assistindo o sem fim de mim mesmo que outros disseram e contaram entre os meus cadáveres queimados nas bocas de fogo chorado das feras. O número de guerras pela posse de mim em minha coroa lavada dos olhos razos da minha imperatriz perdida em malas de gente sofrida andando nas lambidas do fogo pelas ruas de feras domadas em esfera de ex-feras encerradas, brilhando queimadas pra morte da noite sem fim!

Chorar um dia é uma grande saudade vazando em passagem por dentro de si. Se eu tivesse, e não tenho, um pouco de lirismo de águas salgadas choraria o canto estranho das arenas onde minhas mãos largadas recebem perdidas as lambidas de leões medrosos, de deusas honrosas das labaredas de mim, dedicaria a ti: musa apenas da minha queda fingida de pássaro morto, absorto em flâmulas, em antigas tâmaras de ouro puro parido pelas ruas incendiodiárias de engolirem-se a si em suor de águas salgadas de lirismos estradas que não levam a mim!

Eduardo (Mar)tins

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